29/03/2016

PEQUENOS BELOS MOMENTOS DE ILUSÃO

Como são belos esses momentos em que se compartilha o que há de melhor em si. Certamente não há nada que se queira mais, se não a deliciosa certeza de ter tocado o outro em sua mais profunda essência divina.
Momentos raros e valiosos que possivelmente não serão vividos novamente, são tão ricos e enigmáticos que surgem em sua vida quando menos se espera e se eterniza tão somente na memória de quem o vivenciou.
Será?

Os grandes sábios, espíritos antigos e benevolentes ensinam que tudo o que se faz, pensa, produz e vive, se torna parte de um grande arquivo universal que podemos acessar apenas com a força do pensamento. 

Se realmente é assim tão fácil, quero voltar lá através do pensamento e reviver tudo novamente, quero ver aquele sorriso, a voz melodiosa quase uma canção em meus ouvidos, o toque seguido de arrepios...
Penso que seres sensíveis se entristecem com facilidade, não há nada mais tenebroso e solitário que a solidão de ser um espectador enquanto outros constroem memórias. Afinal o que são esses momentos de memória? Talvez sejam apenas momentos que se constroem num mundo de solidão e ilusão.

22/03/2016

AS LÁGRIMAS E O TEMPO

Quanto tempo pode durar a tristeza de uma separação? Quantos dias e noites precisam ser esvaídas em lágrimas até que o coração entenda que não lhe cabe o papel do sofrimento eterno?
Disse-me um sábio Espírito caridoso: "A vida é como as águas de um rio que não correm para trás, seguem seu curso percorrendo e ultrapassando todos os obstáculos até atingir seu objetivo, que é chegar no mar e se unir ao grande oceano. Ainda que duas vidas voltem a compartilhar seus caminhos, nunca mais serão as mesmas de antes."

Devíamos ser tão sábios quanto os rios, que choram e rebentam a cada enchente, que atravessam pedras e removem montanhas e mesmo quando desviam de seu curso natural eles ainda teimam em continuar, abrem caminhos, alagam mas não desistem. Não voltam atrás e ainda tem flexibilidade para trilhar um novo caminho.


Creio que essa seja a resposta: trilhar um novo caminho. Encher os olhos de admiração pela vida, por cada pequena coisa que habita esse mundo que chamamos de lar. Ter uma percepção renovada de si mesmo como peça fundamental nesse esquema magnífico ao qual pertencemos, não isolados e mal amados, mas como seres cheios de luz, uma luz tão brilhante que transcende o ser individual, mesquinho. Uma chama vibrante de luz vinda de sua divindade interior, que é nada menos que a própria fagulha de Deus. 


O tempo, pai de todos, em sua sabedoria infinita permite a cada ser, o período exato de que precisa para se perceber, se encher de valor e se reerguer. Assim como as águas do rio precisam de tempo para percorrer seu caminho sinuoso, dele também precisamos para aprender a amar de novo, mas antes de amar outro, há tempo para se amar primeiro.

Por: Ilda Santa Fé